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Resumo semanal: recorde! fonte solar alcança 50GW de capacidade instalada

Um resumo das principais notícias na semana (18 a 24/11)

Compilado

Brasil

  • Unicamp inaugura microrrede com energia solar e bateria
  • Brasil é alertado sobre retrocesso na COP29 após aumento de imposto sobre painéis solares 
  • Energia Solar no Brasil ultrapassa 3 milhões de sistemas instalados
  • Petrobrás vai aumentar os investimentos em iniciativas de baixo carbono
  • Minas Gerais supera capacidade dos maiores geradores fósseis com energia solar

Mundo

  • Consultoria estima que serão necessários US$ 2,2 trilhões por ano no setor elétrico para promover a descarbonização global
  • COP29: acordo histórico estabelece as bases para o mercado global de créditos de carbono

Destaque da semana

  • Brasil atinge 50GW de capacidade instalada na solar

Introdução 

Na última semana, a fonte solar fotovoltaica atingiu um marco histórico no Brasil, alcançando 50 GW de capacidade instalada, com mais de 3 milhões de sistemas implementados. Esse feito reforça a posição da energia solar como a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira e destaca seu papel crucial na transição energética. Além disso, a Petrobrás anunciou novos investimentos em energias renováveis, evidenciando o crescente compromisso de grandes empresas com tecnologias que impulsionam um futuro mais sustentável e inovador.

Quer saber mais sobre esses destaques e outros acontecimentos relevantes no setor de energia? Leia o nosso resumo semanal completo e fique por dentro das tendências que estão moldando o futuro energético.

Brasil

Unicamp inaugura microrrede com energia solar e bateria 

A CPFL Energia, em parceria com a Unicamp, inaugurou o projeto CampusGrid, uma microrrede integrada que combina geração solar, armazenamento de energia (BESS) e geradores a gás para fornecer energia ininterrupta. Parte do programa de P&D da ANEEL, o projeto teve um investimento de R$ 45,3 milhões e abrange outras duas microrredes em Campinas. A CampusGrid utiliza um sistema de gestão avançado (EMS) que permite maior eficiência energética, regulação de frequência e tensão, e capacidade de operação autônoma em caso de falhas na rede principal.

Artigo do Canal Solar ressalta que a iniciativa, que gera economia anual de R$ 450 mil para a Unicamp, também contribui para a redução de emissões de CO₂, alinhando-se aos objetivos de sustentabilidade e inovação tecnológica. O projeto visa criar soluções replicáveis para outros setores, como indústrias e comunidades remotas, fortalecendo o compromisso com energia eficiente e confiável. Segundo a CPFL Energia, a CampusGrid é um piloto muito importante para aumentar a inovação no setr elétrico, integrando tecnologias para geração distribuída e armazenamento no Brasil.

Brasil é alertado sobre retrocesso na COP29 após aumento de imposto sobre painéis solares 

O Brasil enfrentou críticas na COP29 - evento que aconteceu de 11 a 22 de novembro no Azerbaijão - após elevar o imposto de importação sobre painéis solares de 9,6% para 25%. A medida, que afeta diretamente a competitividade do setor solar, foi apontada como um retrocesso nos esforços pela transição energética e pelo cumprimento das metas climáticas nacionais. Especialistas alertaram que o aumento pode encarecer projetos solares e desestimular investimentos, dificultando a expansão das fontes renováveis no país, especialmente em um momento de pressão global por descarbonização.

Artigo publicado pelo Canal Solar traz uma declaração do diretor de Relações Internacionais da SolarPower Europe, Máté Heisz, que, com base na experiência passada da Europa ressalta a falta de efetividade da medida para desenvolver a indústria nacional: “O resultado foi negativo em vários sentidos, pois eliminou grande parte da demanda interna, ou seja, do mercado solar, e não trouxe ganhos para a fabricação local”, disse ele.

Em nota técnica publicada no dia 14 de novembro, A ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) também se pronunciou sobre o assunto e ressaltou que a medida pode colocar mais de 280 empreendimentos do setor em situação crítica, incluindo mais de 25 GW e R$ 97 bilhões em investimentos que seriam entregues até 2026.

Energia Solar no Brasil ultrapassa 3 milhões de sistemas instalados

A energia solar no Brasil alcançou a marca histórica de 3 milhões de sistemas de micro e minigeração distribuída instalados, segundo dados da ANEEL. O segmento já soma mais de 33,5 GW de potência instalada, beneficiando 4,27 milhões de unidades consumidoras em todos os estados e no Distrito Federal. As residências lideram o mercado, com 2,3 milhões de conexões, seguidas pelos setores comercial, rural e industrial. Somente em 2024, foram instalados mais de 650 mil sistemas, adicionando 7,1 GW de capacidade. São Paulo lidera em número de instalações, seguido por Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Além de diversificar a matriz energética, a energia solar contribui significativamente para o meio ambiente e a economia. Segundo a ABSOLAR, o setor evitou a emissão de 60 milhões de toneladas de CO₂ e gerou mais de R$ 227,5 bilhões em investimentos. A energia solar também foi responsável por 1,4 milhão de empregos verdes e arrecadou mais de R$ 70 bilhões em impostos, reforçando seu papel essencial na sustentabilidade e no desenvolvimento econômico do país.

Petrobrás vai aumentar os investimentos em iniciativas de baixo carbono

A Petrobras aprovou um plano de investimentos de US$ 111 bilhões para o período de 2024 a 2029, representando um aumento de 9% em relação ao ciclo anterior. Desse total, US$ 16,3 bilhões (cerca de 15%) serão destinados a iniciativas de baixo carbono, o que marca um crescimento de 42% em relação ao plano anterior (2024-2028). O montante inclui projetos de captura e armazenamento de carbono (CCUS), biocombustíveis, energia renovável, como eólica offshore, e a produção de hidrogênio verde; além de projetos para descarbonização das operações e pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Segundo publicação da companhia, “a atuação em negócios de baixo carbono visa à diversificação rentável do portfólio, promovendo a perenização da Petrobras”. Embora a maior parte do investimento ainda seja direcionado para exploração de combustíveis fósseis, o aumento de esforços para transição energética já é um bom sinal sobre o compromisso da estatal em se alinhar às metas globais de descarbonização, mantendo sua relevância no setor energético em u nova economia de baixo carbono. 

Minas Gerais supera capacidade dos maiores geradores fósseis com energia solar

Segundo artigo da Agência Minas, o estado de Minas Gerais atingiu a marca de 10 GW de capacidade instalada em energia solar. Esse volume supera a capacidade combinada das três maiores geradoras fósseis do Brasil – Petrobras, Eneva e UTE GNA I – que juntas somam 8,5 GW. Em termos ambientais, essa capacidade evita a emissão de até 13,5 mil toneladas de CO₂ anualmente, equivalente a retirar 7 milhões de carros de circulação, consolidando o estado como líder nacional em energia limpa.

Apesar de desafios como negativas de projetos pela Cemig, os 853 municípios mineiros já possuem ao menos uma unidade de geração solar. Além disso, o estado avança em novas tecnologias com o recente acordo entre o governo de Minas, a empresa chinesa FTXT (GWM Hydrogen) e a UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá) para o desenvolvimento de uma rede de abastecimento de hidrogênio verde aplicado a caminhões. O projeto, com duração inicial de 12 meses, busca fomentar o uso do hidrogênio como fonte de energia limpa, ampliando o protagonismo mineiro no setor de energias renováveis.

Mundo

Consultoria estima que serão necessários US$ 2,2 trilhões por ano no setor elétrico para promover a descarbonização global

A transição para um setor elétrico global descarbonizado até 2050 exigirá um investimento anual de US$ 2,2 trilhões, segundo um estudo da Thymos Energia em parceria com a Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia). Esses recursos serão necessários para modernização, digitalização e ampliação das redes elétricas, com foco na integração de tecnologias inovadoras e na adaptação a novos padrões de consumo. A descarbonização não só enfrenta o desafio financeiro, mas também demanda uma ampla expansão da capacidade de geração renovável e o fortalecimento das redes de transmissão e distribuição para atender a um futuro sustentável. 

Com a eletrificação crescente de setores como transporte e indústria, a demanda global por eletricidade deverá aumentar mais de 150% até 2050. Esse crescimento requer uma transformação significativa no setor, reduzindo drasticamente as emissões de CO₂ e promovendo fontes de energia limpa. O estudo destaca que essa mudança é essencial para alinhar o setor energético às metas globais de sustentabilidade e atender ao aumento populacional, ao mesmo tempo em que impulsiona a competitividade econômica de sistemas mais eficientes e modernos.

COP29: acordo estabelece as bases para o mercado global de créditos de carbono

Na COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, um consenso inédito foi alcançado para a criação do mercado global de créditos de carbono, marcando um avanço histórico após quase uma década de negociações. O acordo estabelece as bases para que países e empresas comprem e vendam créditos de carbono gerados por projetos que reduzem ou removem emissões de gases de efeito estufa, como iniciativas de reflorestamento e energia renovável. Cada crédito corresponde a uma tonelada métrica de carbono evitada ou removida da atmosfera, oferecendo uma ferramenta prática para combater o aquecimento global e promover a sustentabilidade econômica.

O mercado será regulamentado por um sistema global de registro, supervisionado pela ONU, para garantir transparência e credibilidade. Nações com recursos limitados poderão utilizar a plataforma da ONU para registrar seus créditos, enquanto países desenvolvidos e empresas terão autonomia para conduzir transações, desde que atendam aos padrões estabelecidos. O compromisso também inclui mecanismos de rastreamento, compartilhamento de informações e auditorias rigorosas para evitar irregularidades.

Destaque da semana

Brasil atinge 50GW de capacidade instalada na solar

É recorde! A ABSOLAR divulgou nas suas redes sociais na última sexta-feira (22/11), que o Brasil alcançou a marca de 50 GW de capacidade instalada em energia solar, consolidando sua posição como a segunda maior fonte da matriz energética nacional, com 20,5% de participação. Esse marco abrange tanto a geração centralizada, com grandes usinas solares, quanto a geração distribuída, realizada por sistemas menores em residências, comércios e indústrias. Com isso, a energia solar vem se tornando uma das protagonistas na redução das emissões de carbono e no fortalecimento da independência energética do Brasil.

A conquista, que foi ratificada pelo sistema em números do Operador Nacional do Sistema (ONS), evidencia o papel estratégico da energia solar na diversificação da matriz energética brasileira e na promoção de uma economia mais verde. Além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a adoção crescente dessa fonte renovável alinha o Brasil às metas globais de transição energética, consolidando o setor como um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável e a segurança energética do país.

Publicado em 25 de novembro de 2024

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