Energia Limpa

Mercado Livre: a melhor solução para consumidores do grupo A

Saiba como sua empresa pode economizar ao negociar diretamente com fornecedores de energia no Mercado Livre

Introdução

O setor elétrico brasileiro é composto por dois modelos distintos de comercialização de energia: o mercado regulado e o mercado livre. No mercado regulado, que atende a maioria dos consumidores residenciais e pequenos negócios, a compra de energia elétrica é realizada por meio das distribuidoras locais, responsáveis pelo fornecimento e cobrança com tarifas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Nesse modelo, os consumidores não têm escolha sobre o fornecedor e estão sujeitos a variações de preços definidas pelas distribuidoras e pelas bandeiras tarifárias.

Já no mercado livre de energia, destinado a grandes consumidores como indústrias, shopping centers, hotéis e frigoríficos, existe uma maior flexibilidade e autonomia. Nesse ambiente, as empresas podem negociar diretamente com geradores e comercializadores, definindo prazos de contrato, volumes, preços e até mesmo a origem da energia – optando, por exemplo, por fontes renováveis como a solar e a eólica. Essa liberdade permite um controle mais eficiente dos custos e a possibilidade de reduzir despesas com energia elétrica, além de incentivar práticas sustentáveis e inovadoras. 

Segundo boletim da Abraceel, atualmente, mais de 51 mil empresas no Brasil já migraram para o mercado livre de energia, representando cerca de 42% do consumo total de eletricidade do país. Esses consumidores, que incluem, em sua maioria, comércios e indústrias de diversos setores, têm aproveitado essa flexibilidade para reduzir seus custos com energia em até 35% ao ano.

Neste artigo, exploraremos em detalhes como o mercado livre de energia pode beneficiar sua empresa, desde o processo de migração e os requisitos necessários até as melhores práticas para negociar contratos vantajosos. Vamos apresentar exemplos de empresas que já obtiveram sucesso com essa transição, destacar as principais vantagens econômicas e ambientais e fornecer orientações práticas para você avaliar se o mercado livre é a solução ideal para o seu negócio. Se você busca reduzir custos, aumentar a previsibilidade financeira e fortalecer o compromisso com a sustentabilidade, continue lendo para descobrir como transformar a gestão de energia em um diferencial estratégico para a sua empresa.

O que é o mercado livre de energia?

O mercado livre de energia, também conhecido como Ambiente de Contratação Livre (ACL), foi instituído no Brasil em 1995, com a promulgação da Lei nº 9.074. Esse marco legal foi parte de um conjunto de reformas no setor elétrico que buscavam promover a competição, atrair investimentos e garantir maior eficiência na comercialização de energia. O mercado livre permite que grandes consumidores, como indústrias, shopping centers, frigoríficos e redes de hotéis, negociem diretamente com geradores e comercializadores as condições de fornecimento de energia elétrica, como preços, prazos e origem.

Ao contrário do mercado regulado, onde os consumidores são atendidos exclusivamente pelas distribuidoras locais com tarifas definidas pela ANEEL, o mercado livre é um ambiente de contratação em que empresas que consomem uma quantidade significativa de energia podem escolher seus fornecedores, negociar contratos personalizados e optar por fontes sustentáveis, como solar e eólica. Isso não só proporciona uma oportunidade de redução de custos, como também permite que as empresas alinhem suas operações com práticas de sustentabilidade, contribuindo para a redução de emissões de carbono e a responsabilidade ambiental.

Desde sua criação, o mercado livre de energia tem se expandido continuamente e tem se consolidado como uma alternativa estratégica para empresas que buscam mais competitividade e previsibilidade em seus custos operacionais. Segundo boletim da Abraceel de setembro de 2024, 42% da energia consumida no Brasil foi comercializada no ACL, um aumento de 14% no consumo nos últimos 12 meses. Com o crescimento constante do número de consumidores aderindo a esse ambiente, o mercado livre se tornou uma excelente alternativa para consumidores atendidos em alta tensão que buscam redução na conta de luz das suas empresas.

Como funciona o processo de adesão?

O mercado livre de energia oferece uma alternativa ao mercado regulado, permitindo que grandes consumidores negociem diretamente com geradores e comercializadores as condições de fornecimento de energia elétrica. Para um empresário que deseja migrar para esse modelo, o processo pode parecer complexo à primeira vista, mas pode ser simplificado em algumas etapas principais. Vamos entender como funciona cada fase do processo:

1. Análise de Viabilidade

O primeiro passo para entrar no mercado livre de energia é realizar uma análise de viabilidade. Nessa etapa, uma consultoria especializada ou uma comercializadora de energia avalia o perfil de consumo da empresa, identificando se ela atende aos critérios mínimos exigidos, como demanda contratada e consumo médio. Também são analisadas as possibilidades de economia, considerando o histórico de consumo, as tarifas atuais e as condições de mercado. Esse estudo preliminar ajuda a estimar os potenciais benefícios financeiros da migração.

2. Contratação de uma Comercializadora

Com a viabilidade confirmada, o próximo passo é escolher uma comercializadora de energia. Essas empresas atuam como intermediárias, ajudando o consumidor a encontrar os melhores fornecedores e a negociar as condições de compra de energia. A comercializadora oferece suporte em todo o processo de migração, desde a adesão ao mercado livre até a gestão dos contratos. É fundamental escolher uma comercializadora com experiência e boas referências, pois ela será parceira estratégica na busca por melhores condições de fornecimento.

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3. Adesão ao Mercado Livre

Para ingressar oficialmente no mercado livre, é necessário registrar a empresa na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), entidade responsável por gerir as operações no ambiente de contratação livre. Nesse momento, são formalizados os documentos necessários e firmado um contrato de adesão com a CCEE. A partir daí, a empresa passa a ser considerada um “consumidor livre” ou “consumidor especial”, dependendo do seu perfil de consumo. 

Importante: após a escolha da comercializadora, todas as etapas seguintes são feitas e assessoradas por um time de especialistas da empresa contratada.

4. Adequação da Infraestrutura

Antes de começar a comprar energia no mercado livre, a empresa precisa adequar sua infraestrutura de medição. Isso inclui a instalação de medidores especiais de consumo, chamados de medidores de faturamento, que registram em tempo real a quantidade de energia consumida. Essa adequação é essencial para que o consumo possa ser monitorado e gerenciado com precisão, evitando divergências no fornecimento e garantindo que os contratos sejam cumpridos corretamente.

5. Negociação e Compra de Energia

Com a infraestrutura adequada e o registro na CCEE, a empresa está pronta para negociar a compra de energia. Nesse momento, a comercializadora atua na intermediação com os geradores ou distribuidores, buscando as melhores condições de preço, prazo e origem da energia. É possível optar por diferentes tipos de contrato, como compra de energia a preço fixo ou indexado, e escolher a fonte de energia, como hidrelétrica, solar ou eólica, dependendo das necessidades e estratégias da empresa.

6. Gestão e Monitoramento

Após a contratação, a empresa começa a consumir energia adquirida no mercado livre. A comercializadora continua a prestar suporte na gestão do contrato, monitorando o consumo, ajustando previsões e cuidando das obrigações regulatórias junto à CCEE. Esse acompanhamento é essencial para garantir que a empresa usufrua dos benefícios esperados, como redução de custos e previsibilidade orçamentária.

7. Acompanhamento de Resultados e Reavaliação

O mercado livre de energia é dinâmico, e as condições de mercado podem mudar ao longo do tempo. Por isso, é importante realizar um acompanhamento constante dos resultados obtidos e reavaliar os contratos periodicamente. Com a ajuda da comercializadora, a empresa pode ajustar suas estratégias de compra, renegociar preços e, se necessário, alterar o fornecedor, garantindo sempre as melhores condições de fornecimento.

Ao seguir essas etapas, uma empresa pode migrar para o mercado livre de energia de maneira segura e eficiente, aproveitando as vantagens desse ambiente, como a redução de custos e a liberdade de negociação. Com o suporte adequado e uma gestão proativa, o mercado livre pode se tornar um importante aliado na competitividade e sustentabilidade do negócio.

Para quais tipos de negócio é mais indicado?

O mercado livre de energia é uma opção especialmente vantajosa para empresas que apresentam altos níveis de consumo de eletricidade e que buscam maior autonomia na gestão de seus custos energéticos. De forma geral, ele é mais indicado para empresas que com as seguintes caraterísticas:

  • Que fazem parte do grupo A: o mercado livre é direcionado principalmente para consumidores classificados como Grupo A, ou seja, aqueles conectados em média e alta tensão (consumidores que possuem transformador ou subestação própria). Esse grupo inclui indústrias, grandes estabelecimentos comerciais e agrícolas que possuem demanda contratada mínima de 500 kW. Essas empresas, por sua característica de consumo elevado, têm potencial para negociar condições mais favoráveis de preço e contrato.
  • Possuem alto consumo de energia: empresas que apresentam um consumo significativo de energia elétrica (maior que R$ 7mil por mês) em suas operações, independentemente do setor, são candidatas naturais ao mercado livre e têm mais vantagem na negociação para reduzir os custos com energia e ter mais previsibilidade dos valores a serem pagos.
  • Buscam reforçar ações de sustentabilidade: o mercado livre é também uma alternativa para que as empresas passem a consumir de fontes renováveis de energia elétrica. Uma vez no mercado livre, é possível escolher a fonte de geração. Muitas comercializadoras também oferecem certificados, como o I-REC, que pode ser utilizado para comprovar a origem limpa da energia utilizada nos processos. 

Vantagens do Mercado Livre de Energia

Migrar para o mercado livre de energia oferece uma série de benefícios estratégicos que podem transformar a gestão de custos e o posicionamento ambiental das empresas. Abaixo, condensamos as principais vantagens em três categorias abrangentes:

Economia e Eficiência Operacional

A possibilidade de negociar preços diretamente com geradores e comercializadores permite uma redução significativa dos custos com energia, podendo alcançar até 35% de economia em comparação ao mercado regulado. Além disso, empresas que optam por fontes de energia incentivadas, como solar, eólica ou biomassa, podem obter descontos adicionais na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) que variam de 50 a 100%, reduzindo ainda mais os custos totais. Isso resulta em um controle mais eficiente dos gastos, liberando recursos para investimentos em outras áreas do seu negócio.

Previsibilidade e Flexibilidade na Gestão

No mercado livre, as empresas podem negociar contratos de longo prazo com preços fixos ou atrelados a índices, proporcionando maior previsibilidade financeira e protegendo o negócio contra as oscilações tarifárias do mercado regulado. Essa estabilidade permite um planejamento mais assertivo e eficiente. Além disso, a flexibilidade na gestão dos contratos permite ajustes conforme as necessidades da empresa mudam, seja renegociando condições ou trocando de fornecedor, garantindo sempre as melhores condições de compra.

Sustentabilidade e Valor de Marca

Optar por energia renovável no mercado livre possibilita a obtenção de certificados de energia limpa, como os I-RECs, fortalecendo o compromisso da empresa com práticas sustentáveis. Isso não só contribui para a redução da pegada de carbono e o cumprimento de metas ambientais, mas também reforça a imagem da empresa como uma organização responsável e inovadora. Esse compromisso com a sustentabilidade pode ser um diferencial competitivo importante, atraindo clientes, agregando valor à marca no mercado, e atraindo mais talentos que se preocupam com as práticas empresariais.

O que considerar antes de aderir ao mercado livre de energia

Embora o mercado livre de energia ofereça inúmeras vantagens para empresas de grande porte, é essencial avaliar cuidadosamente todos os aspectos antes de migrar. Existem alguns desafios e desvantagens que devem ser considerados para garantir que a transição seja adequada e vantajosa para o negócio. A seguir, destacamos os principais pontos a serem avaliados antes de aderir ao mercado livre:

Complexidade na gestão dos contratos

A negociação e gestão de contratos no mercado livre são mais complexas em comparação ao mercado regulado. Empresas que migram para esse ambiente precisam lidar com a contratação direta junto a geradores ou comercializadores, além de acompanhar variações de preços e ajustar previsões de consumo. Isso requer um conhecimento técnico específico e, muitas vezes, o suporte de consultorias especializadas para evitar riscos financeiros e garantir o cumprimento das obrigações contratuais.

Investimento em infraestrutura de medição

Para aderir ao mercado livre, é necessário investir em medidores específicos, capazes de registrar o consumo de energia em tempo real e com maior precisão. Esses equipamentos, chamados de medidores de faturamento, podem representar um custo inicial significativo, além da necessidade de adaptações na infraestrutura elétrica da empresa. Sem esses medidores, a participação no mercado livre não é possível, e sua instalação pode demandar tempo e planejamento.

Oscilações de preço e riscos do mercado

Embora o mercado livre ofereça a possibilidade de negociar preços fixos, ele também está sujeito às oscilações do mercado de energia. Eventos externos, como crises hídricas ou variações na oferta e demanda de energia, podem impactar diretamente os preços, especialmente em contratos indexados. Empresas que não estiverem preparadas para lidar com essas flutuações podem enfrentar custos inesperados e dificuldades no controle financeiro.

Aderir ao mercado livre de energia pode ser uma excelente estratégia para reduzir custos e aumentar a eficiência operacional, mas exige um planejamento cuidadoso e uma gestão proativa. Por isso, recomendamos contar com o apoio de uma consultoria especializada que possa oferecer suporte adequado e desenvolver uma estratégia personalizada, alinhada às necessidades do seu negócio. Dessa forma, é possível aproveitar ao máximo as oportunidades desse mercado, garantindo uma transição segura e vantajosa para a empresa.

Conclusão

A migração para o mercado livre de energia pode ser uma decisão transformadora para empresas que buscam reduzir custos operacionais, ganhar previsibilidade financeira e adotar práticas mais sustentáveis. Com a possibilidade de negociar diretamente com fornecedores e escolher fontes de energia renovável, o mercado livre oferece uma flexibilidade que pode ser um diferencial competitivo significativo para o seu negócio. No entanto, essa transição exige planejamento e o apoio de especialistas para garantir que todas as etapas sejam realizadas de maneira segura e eficiente.

Se você está considerando aderir ao mercado livre de energia e deseja saber mais sobre como essa mudança pode beneficiar sua empresa, entre em contato conosco. Nós somos parceiros de uma das maiores comercializadoras do Brasil e que tem uma equipe de consultores especializados pronta para avaliar suas necessidades e desenvolver a melhor estratégia de migração. Faça agora o primeiro passo para transformar o consumo de energia da sua empresa em um diferencial estratégico!

Publicado em 25 de setembro de 2024

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