Os principais acontecimentos do setor de energia na semana (28/10 a 01/11)
Essa semana foi de grande destaque para o setor de armazenamento de energia com o anúncio de novos investimentos pela WEG - uma grande empresa brasileira do setor de eletrificação - e de um novo projeto a ser realizado pela Neoenergia com a perspectiva de utilização de baterias para abastecer a Ilha de Fernando de Noronha.
No âmbito internacional, o destaque foi o estudo da IEA que prevê uma demanda 6 vezes maior de energia elétrica em relação à demanda total por energia e um crescimento do mercado de tecnologias limpas até 2035.
O Ministério de Minas e Energia (MME) autorizou a Neoenergia, por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial em 01/11, a investir na expansão da capacidade de geração renovável em Fernando de Noronha. A Neoenergia deverá apresentar o plano de investimento em até 30 dias e, conforme nota divulgada pela empresa, planeja implementar uma usina solar fotovoltaica com sistema de armazenamento por baterias.
O projeto, com investimentos estimados em R$ 300 milhões, é um passo fundamental para descarbonizar a matriz elétrica da ilha, atualmente abastecida predominantemente por uma usina termoelétrica a diesel. Com previsão de início de operação para 2027, o projeto poderá tornar Fernando de Noronha a primeira ilha habitada da América Latina a alcançar uma descarbonização de 85%, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e redução de emissões de carbono na região.
A WEG anunciou, durante um evento do governo federal que anunciou investimentos para o programa Nova Indústria Brasil, que pretende realizar um investimento de R$ 1,8 bilhões para fabricação de baterias no Brasil. Por meio do seu diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais, Daniel Godinho, a empresa - que é amplamente conhecida pela sua atuação em motores elétricos e sistemas fotovoltaicos e eólicos - ainda destacou 2 vetores de crescimento que poderá impulsionar o mercado brasileiro de baterias: a mobilidade elétrica e os sistemas de armazenamento em baterias (da sigla em inglês, BESS).
Como citado em matéria no site do governo federal, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) definiu uma meta de que até 2026 3% dos veículos elétricos circulando no país já estejam utilizando baterias nacionais. Já em 2033, a meta é chegar a 33%.
Na última terça-feira (29/10), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) lançou uma plataforma inovadora para ampliar o volume de certificações de energias renováveis no Brasil. De acordo com um artigo da CCEE, em 2023 apenas 6,9% da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis foi certificada. A nova plataforma pretende centralizar dados de todas as usinas geradoras e de entidades emissoras de certificações no país, assegurando a rastreabilidade dos Certificados de Energia Renovável (RECs) e, assim, fortalecendo este mercado.
Além de impulsionar o mercado de RECs, a plataforma tem potencial para aumentar o volume de certificações em até 50%. O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos, destaca que a iniciativa pode estimular o crescimento do setor, atraindo mais investimentos e valorizando produtos brasileiros em mercados que priorizam uma menor emissão de carbono.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou a mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a bandeira amarela em novembro. Com essa alteração, a partir de 01/11, será acrescido R$ 1,885 a cada 100 kWh na conta de energia dos consumidores, substituindo a cobrança de R$ 7,877 por 100 kWh, vigente em outubro.
Apesar da melhora nas condições de geração, a ANEEL anunciou que as previsões de chuvas e vazões nas regiões dos principais reservatórios permanecem abaixo da média histórica para os próximos meses. Dessa forma, o acionamento de usinas termelétricas, com maior custo de geração e impacto ambiental devido à emissão de gases de efeito estufa, ainda será necessário para assegurar o fornecimento de energia.
A IEA (International Energy Agency) divulgou um estudo que destaca o crescimento da eletricidade frente à demanda geral por energia no mundo. Segundo dados da agência, considerando a demanda por energia elétrica dividido pela demanda geral por energia, entre 2000 e 2010 a eletricidade deve uma demanda 1,4 vezes maior. Já entre 2010 e 2023, a demanda foi de 2x e poderá chegar a incríveis 6 vezes mais até 2034. A agência destacou também que essa mudança será direcionada, principalmente, pela maior adoção de veículos elétricos, equipamentos de ar condicionado e inteligência artificial.
Um estudo também IEA publicado nessa semana projeta que o mercado global de tecnologias renováveis pode triplicar na próxima década, alcançando mais de US$ 2 trilhões até 2035. A análise considerou as seis principais tecnologias renováveis de produção em massa: solar fotovoltaica, turbinas eólicas, veículos elétricos, baterias, eletrolisadores e bombas de calor.
O relatório aponta que o setor de tecnologias limpas tem recebido investimentos recordes na fabricação de novos equipamentos, impulsionados pelo esforço global dos países em fortalecer a segurança energética e reduzir as emissões de carbono. A China, atual líder na fabricação dessas tecnologias, deve manter essa posição nos próximos anos, consolidando sua liderança na produção e desenvolvimento de tecnologias renováveis.
É recorde! É do Brasil, e do Paraguai! A Usina Binacional de Itaipu entrou para o Guinness Book como a usina com o maior volume acumulado de geração de energia no mundo. Desde o início de sua operação, em 1984, até outubro de 2024, a usina produziu um total de 3,038 bilhões de megawatts-hora (MWh), uma marca inédita no setor.
O anúncio foi feito pela juíza oficial do Guinness, Natalia Ramirez, durante cerimônia no hall do Edifício da Produção, que contou com a presença de importantes lideranças, como os Ministros de Minas e Energia, Finanças e Casa Civil, além dos diretores brasileiros e paraguaios de Itaipu. Em seu discurso, Ramirez destacou que o prêmio foi fruto de uma análise detalhada, com verificação minuciosa de documentos e consulta a especialistas do setor elétrico. Ela também citou a consistência da usina e sua importância para chamar a atenção de mais pessoas para o uso das energias renováveis.
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