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Resumo semanal: Brasil, o terceiro maior mercado de energia solar do mundo

Confira os principais acontecimentos do setor de energia na semana (21 a 25/10)

Introdução 

Nesta semana, o Brasil teve dois destaques no setor de energia renovável internacional ao ser classificado, segundo estudo da Solar Power Europe, como o 3° mercado de energia solar, ficando atrás somente de China e Estados Unidos; e como o 4° país no mundo em geração de empregos na energia solar, de acordo com o relatório da International Renewable Energy Agency (IRENA). Esses e outros assuntos, você confere no nosso relatório semanal de hoje - uma curadoria de notícias do setor de energias renováveis feito para você. 

Brasil

Parceria entre Eletrobras e Ocean Winds para energia eólica offshore

A Eletrobras e a Ocean Winds firmaram um Memorando de Entendimento (MoU) durante o evento Brazil Windpower 2024, com o objetivo de desenvolver projetos de energia eólica offshore (em alto-mar) no Brasil, aproveitando o vasto potencial de geração ao longo da costa brasileira.

A parceria une a expertise da Eletrobras, maior empresa do setor elétrico da América Latina, com uma capacidade instalada de 44,6 GW, e da Ocean Winds, que possui um portfólio de 18,5 GW em projetos offshore distribuídos por oito países. No Brasil, a Ocean Winds já registrou no IBAMA projetos que totalizam 15 GW, localizados nos estados do Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, consolidando o país como uma peça-chave no desenvolvimento de energia eólica offshore.

Governo Federal lança plataforma de investimentos em iniciativas renováveis

Na última quarta-feira (23/10), o Governo Federal lançou a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica em Washington, Estados Unidos. Chamada BIP (do inglês, Brasil Investment Platform), a iniciativa busca atrair capital público e privado para projetos no Brasil que estejam alinhados com a redução de emissões de gases de efeito estufa e o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.

Para alcançar esses objetivos, a plataforma contará com a colaboração de quatro ministérios, liderados pelo Ministério da Fazenda, e será gerida pelo BNDES, que atuará como o secretariado da BIP, coordenando as operações diárias. Além disso, grupos de trabalho compostos por especialistas da academia e do setor privado contribuirão com insights e diretrizes para os projetos. Os primeiros investimentos, que totalizam US$ 10,8 bilhões (R$ 61,4 bilhões), contemplam iniciativas como a construção de polos industriais da Vale para produção de hidrogênio verde e ferro de baixo carbono; o desenvolvimento de combustíveis renováveis, como diesel verde e combustível sustentável para aviação, pela Acelen, do fundo Mubadala Capital; e uma planta de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará, desenvolvida pela australiana Fortescue.

Setor de energia brasileiro se destaca em baixa emissão de GEE

Em um estudo divulgado na última segunda-feira (21/10) pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi destacada a baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) per capita na produção de energia no Brasil. Em 2024, as emissões por habitante associadas à produção e ao uso de energia são de 2,1 toneladas de CO2 equivalente, representando 24% das emissões totais do país. Esse número coloca o Brasil em uma posição favorável em comparação com grandes potências como os Estados Unidos (13,8 ton/hab), China (7,5 ton/hab) e países da Europa-OCDE (5,4 ton/hab).

Até 2034, o estudo prevê um aumento nas emissões per capita, alcançando 2,4 toneladas de CO2 por habitante, em linha com as expectativas de crescimento econômico e mudanças nos padrões socioeconômicos do Brasil. O setor de transportes continuará sendo o maior responsável por essas emissões, mas com variações mínimas, devido à maior adoção de combustíveis de baixa emissão, como o etanol e o SAF (Combustível Sustentável de Aviação), além de veículos elétricos e melhorias na eficiência dos motores.

Senado discute indenizações por apagões

No último resumo semanal, falamos sobre as perdas estimadas pela FecomercioSP com os apagões que aconteceram na cidade de São Paulo. Nessa semana, o senado brasileiro deverá começar a analisar uma proposta de indenização para consumidores afetados por apagões através do Projeto de Lei n° 4009/2024, de autoria do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR). 

A medida busca proteger os consumidores em casos de interrupções no fornecimento de energia elétrica que durem acima de 12 horas. Se aprovado, o projeto exigirá que as distribuidoras e demais agentes causadores dos apagões sejam responsabilizados e compensem financeiramente os consumidores.

Mundo

Relatório da IEA projeta que 50% dos veículos serão elétricos até 2030

O relatório World Energy Outlook 2024 da Agência Internacional de Energia (IEA) trouxe previsões importantes para o setor de energia. Um dos principais destaques é a previsão de que o número de veículos elétricos no mundo aumentará em 50% até 2030, o que trará uma maior demanda por eletricidade limpa, novas infraestruturas de carregamento e políticas que asseguram a adequação de edificações para atender as novas demandas das frota de elétricos. Como implicação, o relatório da agência também destaca que o consumo de petróleo deve cair nos próximos anos, atingindo uma redução 6 milhões de barris por dia em 2030.

O relatório também aponta que para que o setor de energia seja livre de carbono até 2050, adoção de combustíveis renováveis precisam dobrar até 2030. Entretanto, a agência destaca que nas condições de mercado atual, a projeção é que cresça apenas 20%, tendo como principal obstáculo os altos custos de implementação. Nesse cenário, serão necessárias novas inovações aliadas à políticas governamentais que eliminem grandes diferenças das renováveis em relação aos combustíveis fósseis.

Turquia planeja quadruplicar sua capacidade de energia solar e eólica até 2035

Durante um evento para apresentar o plano estratégico da Turquia no campo de energias renováveis, o Ministro da Energia, Alparslan Bayraktar, anunciou que serão necessários 108 bilhões de dólares em investimentos públicos e privados para aumentar a capacidade de geração de energia do país para 120GW até 2035. Como parte dessa iniciativa, o governo turco dará atenção especial a 34GW em pedidos de pré-licença e permissões para plantas que ainda não se transformaram em investimentos efetivos.

Segundo matéria da Reuters, o consumo de energia triplicou na Turquia em 20 anos, e esperado que cresça ainda mais com as transformações energéticas dos próximos anos. Ainda segundo a matéria, usinas solar, eólicas geotérmicas e de biomassa que começaram a operar após 2005 já somam cerca de 30GW de capacidade instalada, representando 17,7% da capacidade total do país nos últimos 18 anos.

EUA investem em mineração de terras raras no Brasil

Os Estados Unidos anunciaram, por meio da sua embaixada, um investimento de 150 milhões de dólares (R$855 milhões) em mineração de terras raras no Brasil. O aporte foi realizado em uma unidade de extração do Grupo Serra Verde, em Goiás, pelas empresas norte-americanas Denham Capital e Energy and Minerals Group, junto à Vision Blue Resources do Reino Unido. Os elementos de terras raras são essenciais para fabricação de ímãs e, portanto, são fundamentais para a fabricação de tecnologias de energia renovável, como turbinas eólicas, baterias e motores de veículos elétricos. 

Com o aumento da demanda global por fontes de energia limpa, garantir o fornecimento de terras raras se tornou uma prioridade estratégica para os EUA. O Brasil, com suas grandes reservas de terras raras, surge como um parceiro estratégico nesse cenário. O CEO da Serra Verde, Thras Moraitis, declarou que “o anúncio é um forte aval do papel significativo que a Serra Verde pode desempenhar no estabelecimento de cadeias de fornecimento de terras raras sustentáveis, seguras e diversificadas essenciais para a transição energética global”. Moraitis ainda disse que o investimento permitirá continuar entregando iniciativas de expansão da operação.

Destaques da semana

Brasil, o terceiro maior mercado de Energia Solar mundial

A agência SolarPower Europe, divulgou um estudo que posiciona o Brasil como o 3° maior mercado de energia solar do mundo, ficando atrás somente da China e Estados Unidos. O relatório trás um destaque especial para o rápido crescimento do Brasil, que entrou nos ranking dos 10 maiores mercados na sétima posição em 2021 e, no ano seguinte, saltou para quarta posição. Em 2023, o país alcançou a terceira posição, mesmo com os desafios regulatórios e técnicos, como problemas para transmissão da energia gerada em novas usinas. 

Segundo levantamento da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), em agosto, a capacidade instalada solar no Brasil ultrapassou os 46GW e atraiu mais de R$ 214,9 bilhões em investimentos.

Brasil se consolida como o 4° maior gerador de empregos no setor solar

O Brasil foi reconhecido pela International Renewable Energy Agency (IRENA) em seu mais recente relatório como o 4° maior país em geração de empregos no setor de energia solar em 2023, com mais de 264 mil postos de trabalho criados. Este dado reforça o papel da energia solar como um motor de crescimento econômico no país, que tem visto um aumento expressivo na instalação de sistemas solares, tanto residenciais quanto comerciais, após aprovação de leis que trazem mais segurança jurídica, e queda nos custos dos equipamentos. O relatório, que foi produzido em colaboração com Organização Internacional do Trabalho (OIT) ainda destaca que no mundo foram criados 16,2 milhões de empregos em energias renováveis, com 44% dos postos sendo da indústria de energia solar.

Com as mais recentes inovações que estão chegando para agregar ao setor de renováveis, como o armazenamento de energia, espera-se que o número de empregos continue a crescer, consolidando o Brasil como uma potência mundial em energias renováveis.

Publicado em 25 de outubro de 2024

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